A amizade não consiste em apoiar os amigos quando eles têm razão, mas quando erram. (Malraux)
Monday, January 28, 2008
Inspiro os últimos instantes da tua presença neste quarto escuro, nesta cama desfeita onde uma noite me amaste e escreveste o nosso nome com gotas de suor...
Afastas-te, mas olhas-me uma última vez, vejo o adeus no teu olhar, sorris, um sorriso meigo e terno, sorriso do qual vou sentir falta... Continuas a andar em direcção à porta, nem sequer te apercebes que é a ultima vez que me vês, é a oportunidade derradeira para dizer que me amas, não o fazes...
Durmo...
Thursday, January 24, 2008
O som dos sapatos de salto alto a caminharem pela calçada quebram o silêncio ensurdecedor da noite escura... Toc, toc... A sombra reflectida pela lua no chão, mostra a silhueta de uma mulher..As sais curtas e os corpos disformes disfarçam-se com as aparências das sombras, ninguém vê nem ninguém repara. Esta calçada é o seu local de trabalho, local onde vende o corpo diariamente, por gosto, ou porque não tem alternativa?
Tuesday, January 22, 2008
Acho que é saudade aquilo que sinto por ti. Hoje. Essencialmente, hoje. Mais que em qualquer outro dia. Há dias assim. Uma lágrima que cai, desprevenida, e mais um aperto no coração, daqueles tão fortes que até cortam a respiração. Há dias assim...dias em que estou contigo e estou sem ti.
Friday, January 18, 2008
Ainda com sono, procuro-te desesperadamente nos lençois que abrigaram os nossos corpos na noite que passou....não te encontro...acendo a luz rapidamente e abro os olhos como se fosse a primeira vez!...não estavas...terias ido embora? Mais uma vez temia o pior...não é a primeira vez que sou deixada assim...um corpo frio, numa cama fria, num quarto gelado...não é a primeira vez que sou abandonada... Mas será a última!
Wednesday, January 16, 2008
Sigo as tuas pegadas na areia, para que não me vejas, visto-me de transparência e vagueio nesta praia deserta, sentindo a brisa do mar que me implora para me tocar no corpo, arrepiar-me a pele, levar-me à loucura ... sigo-te, não sei para onde vais, não sei para onde vou contigo! Não olhas para trás, sigo-te sem medo que me vejas. Nunca reparas em mim, mas eu não me importo, porque para mim basta eu reparar em ti, e que tu saibas que quando precisares de mim, basta olhares para trás!
Monday, January 14, 2008
Na vida nunca se deveria cometer duas vezes o mesmo erro: há bastante por onde escolher...
(Bertrand Russel)
Friday, January 11, 2008
O vento gelado, uma neblina sombria, algures no meu sonho, encontrei um espelho de gelo, como que por instinto olhei-me ao espelho, mas não era a minha imagem ali reflectida, não aquela que eu conheço. Olho com atenção todos os detalhes daquela pessoa ali reflectida, quem lá estava era um fantasma, talvez a minha alma, o fantasma daquilo que sou, ou aquilo que quero ser! Estou assustada, eu não pertenço aqui, as pedras magoam os meus pés e o gelo dificulta os meus movimentos. Quero fugir daqui, mas penso que se der um passo vou-me despedaçar. Grito, mas a voz não sai, estou presa à minha sepultura. Agora percebo o incompreensível, agora percebo tudo... Sou um fantasma. O fantasma de uma vida que terminou.
Wednesday, January 9, 2008
Enquanto a cidade dorme, eu ando perdida nos meus pensamentos, acendo um cigarro enquanto olho a rua pela janela, uma noite escura e com uma neblina assustadora, a chuva cai e com ela caem as folhas das arvores.... toda esta paisagem parece transparecer como me sinto, estou calma, mas perdida nos meus pensamentos.
Monday, January 7, 2008
Num dia destes, estava a ler um livro, e na história a personagem principal estava num restaurante com um amigo e esse tal amigo propôs que jogassem um jogo. O jogo ao qual eu chamo Adoro ou Odeio consiste em classificar celebridades, amigos, familiares, etc., com a palavra Adoro ou Odeio mediante o sentimento por essa pessoa. A única diferença é que não há meios-termos... Ou se odeia ou se adora! Achei este jogo de tal maneira interessante, que me pus a jogá-lo sozinha e queria partilhar essa experiência com vocês...
Se não houvesse meios-termos, apenas Adoro ou Odeio como classificavam as pessoas à vossa volta. Parece simples, mas faz-nos pensar duas vezes sobre algumas pessoas...
Friday, January 4, 2008
Nasci com uma mão sobre a minha cabeça...
Não a vejo, porém consigo senti-la...
Essa mão leva-me por caminhos que não conheço...
Por onde não quero ir...
Movimento-me sem que o queira...
Já nem consigo pensar...
Não sou mais que uma marioneta sem vida...
Vou cortar os fios que me prendem a ti...
Vou escapar deste teatro de sombras...!
Thursday, January 3, 2008
Hoje ao navegar pela internet encontrei este texto de origem budista muito interessante:
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar...!
Ele fugia rápido, com medo da feroz predadora e a cobra, nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e nada; ela não desistia.
Dois dias ...
já no terceiro dia e sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer-te três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
1. Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
2. Fiz-te alguma coisa?
- Não.
3. Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!"
Ao ler este texto, fiquei a pensar por algum tempo, "olhei" à minha volta e vi alguns casos claros de inveja, em que as "cobras" não podem suportar verem o simples pirilampo a brilhar. No meio em que vivemos ao olharmos para os lados para trás ou para frente encontramos sempre a presença de alguém ou de um acto invejoso, o sentimento da inveja é difícil de ser eliminado da alma humana, pois geralmente os invejosos passam-se por pessoas dóceis, sedutoras e de discurso fácil, para esse tipo de gente basta que alguém se destaque por mais simples que seja para que suas acções possam entrar em práticas e tentarem a custos inconfessáveis atrapalhar. A inveja é um sentimento mesquinho, uma emoção primitiva, cruel e que oferece ao invejado o perigo constante. Para o invejoso o bom e essencial é que o outro erre e não que ele acerte, o invejoso induz a si mesmo o sentimento de que a ele dói mais o sucesso do outro do que o seu próprio fracasso. Estas coisas revoltam-me... Acho o sentimento de inveja um sentimento mesquinho e tão baixo que me dá vómitos.