
Diante da dificuldade em dar sustento aos seus filhos pequenos, a jovem nordestina Maria do Carmo Ferreira da Silva deixa a pequena Belém de São Francisco, no interior de Pernambuco, disposta a encontrar na cidade grande uma forma mais digna de criar seus rebentos. Quando chega ao Rio de Janeiro, a retirante encontra uma cidade à beira do caos. Era dezembro de 1968 e o governo do país decretara o Ato Institucional número cinco, o AI-5. No meio do tumulto, sem ter como localizar o irmão Sebastião, seu único contacto ali, Maria do Carmo vira presa fácil da sorte. A única alma que lhe oferece ajuda e solidariedade sequestra a sua única filha, a recém-nascida Lindalva, e desaparece.
Lourdes – como essa mulher se apresentara, vestida como uma enfermeira grávida – na verdade chama-se Nazaré e decide roubar a criança para apresentá-la a seu futuro marido como sendo fruto legítimo de uma conturbada relação. É assim que a pequena Lindalva passa a ser Isabel.
Ao sentir a falta da criança, Maria do Carmo entra em crise. Bate de frente com a truculência dos homens da polícia, que a atiram numa cela sob acusação de que ela se tratava de uma agitadora subversiva. Na cadeia conhece alguém, também preso, que há de se tornar um parceiro para toda a vida. É Dirceu de Castro, que coincidentemente conhece o irmão dela. Os dois trabalhavam no mesmo jornal, ele como jornalista e Sebastião como motorista.
Esclarecido o mal-entendido, Maria do Carmo acaba livre, reencontra o irmão e os filhos que estavam prestes a serem enviados para um orfanato. Só não encontra Lindalva. É diante desta encruzilhada da vida que ela faz um juramento que jamais há de esquecer: dedicar a vida para trazer a sua filha de volta.
Nos tempos atuais, bem distantes daqueles tumultuados anos sessenta, Maria do Carmo é outra pessoa. Mudou, para melhor. Aprendeu com a vida e soube tirar proveito dela. Se não é rica, ao menos não passa mais as necessidades de outrora. O negócio de construção na baixada fluminense, prosperou. Graças a ele, Do Carmo pôde criar os quatro filhos que lhe restaram, Reginaldo, Leandro, Viriato e Plínio. E assim, os quatro tornaram-se homens feitos.
Cumprindo a promessa feita naqueles tempos tumultuados, Maria do Carmo continua numa busca sem tréguas pela filha. Busca essa que se torna pública e é acompanhada pela mídia. Para isto, conta com a ajuda de seu amado, o jornalista Dirceu, e do amigo Giovanni Improta, ex-bicheiro e a figura mais influente na Vila São Miguel - um pretendente que não esconde a sua admiração e paixão por Maria do Carmo.
Lindalva, ou melhor, Isabel, vive uma vida até tranquila com sua suposta mãe, Nazaré. A garota não passa de uma vítima da ardilosa mulher que usou a menina recém-nascida para ter um casamento tranquilo com José Carlos Tedesco, um homem bom que acreditou que a criança fosse sua filha. Mas Zé Carlos descobre o crime da esposa e, antes que pudesse tomar qualquer atitude, é assassinado. Nazaré não hesita em matá-lo para encobrir esse segredo do passado e não ser presa.
Quem mais sofre com essa morte é Cláudia, filha legítima de Zé Carlos e desprezada pela madrasta. Ao investigar o passado de Nazaré, Claudinha descobre os fatos que uniram o pai à madrasta e aos poucos vai desvendando o mistério que liga a história de Nazaré à trajectória de vida de Maria do Carmo Ferreira da Silva.
Curiosidades:
• Senhora do Destino é o maior sucesso dos últimos tempos na Globo, batendo recordes de audiência no horário.
• O título escolhido pelo autor era Dinastia, mas já estava registrado. Em seguida, passaram a existir duas possibilidades: Senhora do Destino e A Dona do Destino. Tanto Aguinaldo quanto o diretor Wolf Maia ficaram inclinados pelo segundo. A opção também foi descartada e então ficou decidido por apenas Destino, e em seguida o definitivo Senhora do Destino.
• Maria do Carmo Ferreira da Silva, nome da protagonista, é na verdade o nome da mãe do autor. E Sebastião, o irmão da protagonista, era na verdade o seu tio.
• Para sua abertura foram usadas cerca de 800 pessoas, na qual anônimos aparecem em preto e branco e os atores, em cores. Até Aguinaldo Silva aparece entre os desconhecidos.
De todo as as novelas que já falei e daquelas que ainda falarei, esta é a minha novela de eleição. Uma novela que vai ficar sempre na memória. Sem dúvida, a melhor novela dos últimos tempos, senão de todos os tempos!